[RESENHA] RQ #4 Tempestade de Guerra - Victoria Aveyard

FICHA TÉCNICA

Nome: War Storm

Autor(a): Victoria Aveyard

Editora: Seguinte

País: EUA

 Lançamento: 18 de maio de 2018

Gênero: Distopia, Guerra, Romance

Páginas: 702

Adicione: Skoob

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SINOPSE: "No aguardado desfecho da série A Rainha Vermelha, descubra qual poder sairá vencedor depois que a tempestade de guerra passar. Mare Barrow aprendeu rápido que, para vencer, é preciso pagar um preço muito alto. Depois da traição de Cal, ela se esforça para proteger seu coração e continuar a lutar junto aos rebeldes pela liberdade de todos os vermelhos e sanguenovos de Norta. A jovem fará de tudo para derrubar o governo de uma vez por todas — começando pela coroa de Maven.Mas nenhuma guerra pode ser vencida sem ajuda, e logo Mare se vê obrigada a se unir ao garoto que partiu seu coração para derrotar aquele que quase a destruiu. Cal tem aliados prateados poderosos que, somados à Guarda Escarlate, se tornam uma força imbatível. Por outro lado, Maven é guiado por uma obsessão profunda e fará qualquer coisa para ter Mare de volta, nem que tenha que passar por cima de tudo — e todos — no caminho." (Skoob)

RESENHA DOS LIVROS ANTERIORES:

LIVRO 1 | LIVRO 2 | LIVRO 3

"Nenhum de nós será capaz de esquecer o que estamos fazendo." (pág. 297)

 Tempestade de Guerra marca o final de uma quadrilogia que eu aprendi a amar e respeitar. Minha primeira resenha do blog foi de A Rainha Vermelha, e eu honestamente não tinha muitas expectativas com o livro, pois a premissa dele me era muito batida e outros livros já tinham abordado o mesmo assunto.

 Porém entretanto todavia o segundo livro veio pra quebrar essa "maldição". Victoria trouxe a originalidade que faltava no primeiro livro e nos arrebatou ao universo dos prateados e vermelhos de forma única. O terceiro livro seguiu nesta mesma linha, com um final pra lá de surpreendente e nos deixou aguardando ansiosos por este desfecho.

 E aqui estamos, em junho de 2018 (um mês atrasada, eu sei. Faculdade que chama), prontos para dizer adeus a essa série incrível que conquistou nossos corações.

"Pare de choramingar, Calore. Você forjou sua própria coroa. Agora use-a. Ou desista." - Evangeline Samos (pág. 120)

 O livro se inicia momentos após o final de Prisão de Rei, com Mare, a Guarda Escarlate e Cal no reino de Rift, recém conquistado pela família Samos. Um acordo foi proposto, juntamente com a avó de Cal, que nos surpreendeu aparecendo no final do último livro. Mais uma vez, nosso casal está separado. Mare não vai abandonar sua causa por amor, e tampouco Cal irá abandonar sua coroa, e já começamos o livro com esse aperto no coração.

 Este volume temos também diversos pontos de vista, o que achei crucial para entendermos melhor todos os lados da batalha. Agora é guerra, de verdade, nada comparado ao que houve em Espada de Vidro ou em Prisão do Rei. Agora Norta luta entre si, irmãos Calore lutam entre si, pelo mesmo poder, pela mesma coroa.

 Uma coisa que me incomodou bastante nesse volume foi o excesso de descrição. Sei o quanto isso é importante, ainda mais quando estamos nos habituando a um novo POV (já chego lá), mas em certos momentos era massante e desnecessário, pode fazer o leitor ficar com preguiça. De todos os POV, os melhores sem dúvida são os de Evangeline, que desde o volume passado vem se mostrando muito mais que uma prateada fútil que só pensa na coroa. Ela tem muito mais garra do que suas unhas mostram, e isso nos faz amá-la nesse volume.

 Íris foi o que me deixou meio cansada. Agora, depois de concluir a leitura, entendo que era necessário seus pontos de vista para entendermos os três (quatro, cinco?) lados da batalha. Mas ainda sim, foram pontos de vista em demasiado considerando que ela nem é uma protagonista da história (Maven mandou lembranças). Os POV disponíveis nesse livro são de Mare, Cal, Íris, Evangeline e Maven. Confesso que senti uma necessidade de ter um POV de Farley, nossa líder e general da Guarda Escarlate. Ela é uma personagem muito importante em toda a história, mas parece que para a autora, seus pontos de vista não eram muito importantes. Uma pena.

 O cenário deste livro é precário do começo ao fim. Uma guerra em pleno curso e não se sabe nem se nos próprios aliados podem confiar. Todos ali parecem prontos para trair ao primeiro sinal, fazendo jus a uma frase dita no primeiro livro: Todo mundo pode trair todo mundo. E isso nos foi provado diversas vezes durante esses quatro livros.

 A escrita de Aveyard continua fantástica. Ela consegue prender o leitor durante horas a fio sem que perceba. Eu mesma devorei o livro em dois dias e uma noite, pois não aguentei esperar. Mal percebi que madruguei. Ela manteve a essência de todos os personagens, e acrescentou a dose certa de tensão e preocupação. Afinal, estamos em guerra, e ninguém está seguro.

"Isso é uma guerra, Mare Barrow. Arriscamos todo mundo, todos os dias." (pág. 296)

 O livro todo foi lido com aquela apreensão e cada vez mais me sentia alertada ao fato de que me aproximava do final do livro, e que precisaria concluir... Meus medos foram racionais, porque quando cheguei ao final... Foi um balde de água fria.

 Pra quem acompanha o blog, sabe que eu elogiei MUITO a Victoria durante esses dois anos em que acompanhei a série (e que o blog existe). E exaltei muito o fato dela conseguir se desprender das demais distopias e criar um universo original só dela. E fico muito grata que ela tenha feito isso, pois a história da Rainha Vermelha tem muito potencial. Mas o final é simplesmente... vago. Aberto.

 Gostaria de ter sido a única a pensar isso, mas até agora (de conversas no twitter e em páginas do facebook) não encontrei UM leitor com uma opinião diferente da minha. O final do livro foi um choque para todos, e ninguém pareceu muito feliz com ele. Não vou entrar em detalhes por conta do spoiler, mas não posso deixar de expressar minha indignação com esse final. Os personagens não mereciam isso. A personagem X merecia uma morte mais digna de sua magnitude, é apenas a personagem mais bem construída da história toda e teve uma morte... digamos, boba. As personagens Y e Z não tiveram o final que mereceram. Terminar um sofrimento para começar outro? Geralmente não é assim que as sagas terminam.

 Sabemos que Aveyard disse que teremos mais um conto e um extra sobre a história antes de dá-la por encerrada, e eu espero do fundo do meu coração que um deles ao menos FINALIZE o que o livro não foi capaz de fazer... Onde já se viu, um livro que fecha uma saga com final aberto? É praticamente uma desculpa para um quinto livro (eu não iria reclamar, mas dadas as circunstâncias dos acontecimentos finais de TG, não faria muito sentido um 5º volume).

 E aqui nós dizemos adeus a essa saga brilhante que Aveyard tão maravilhosamente compartilhou conosco. Agradeço muito aos céus por não ter desistido no primeiro livro e ter dado outra chance a história. Mesmo agora, que terminei o último livro e estou com um gosto amargo na boca por não ter apreciado o final (igual 90% dos leitores). Mas chegarei a perdoá-la, mais ainda se um desses contos vier com o desfecho que tanto aguardamos...

"Esse mundo é uma tempestade que ajudei a criar. Todos ajudamos, em maior ou menor proporção. Com passos que não podíamos calcular, por caminhos pelos quais jamais imaginamos caminhar." (pág. 458)

 Classificação:

PS: A autora virá ao Brasil para a Bienal Internacional do Livro de SP, que ocorre no início de Agosto. Ela virá para divulgar seu último livro e terá sessão de autógrafos no dia 11 de agosto (sábado). Os ingressos já estão disponíveis e vocês podem adquirir através deste link. As senhas para os autógrafos serão liberadas próximo ao evento (provavelmente em julho), então fiquem espertos ^^

POV: point of view = ponto de vista